Crítica: Universidade para Poucos!

  • Data de publicação
    5 de junho de 2023
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Entenda a justificativa do programa Universidade Gratuita, do governador Jorginho Mello, para beneficiar apenas algumas instituições de ensino superior e, por consequência, menos alunos!*

Uma das principais justificativas apresentadas, tanto pelo Governo quanto pela ACAFE, para o beneficiamento escrachado proposto pelo texto original do programa Universidade Gratuita, reside no caráter “comunitário” das instituições que integram a associação, assim como nos inúmeros serviços que elas prestam à população dos municípios onde estão sediadas.  

Mas… você pode estar sendo conduzido a acreditar numa falácia. TODAS as universidades fazem atividade de extensão, pois é uma determinação do Ministério da Educação (MEC). Sobre os atendimentos à comunidade, as instituições precisam capacitar seu alunado. Para isso, atendem à comunidade local e estabelecem uma relação de ganha-ganha, visto que os estudantes têm a oportunidade de colocar a teoria em prática ao passo que a população tem acesso aos serviços sociais, técnicos, de saúde e jurídicos de forma gratuita.  

Não se trata, portanto, de bondade ou caridade. Quando se recebe recursos públicos para esse propósito, daí passamos a tratar estes atendimentos como um DEVER. Nesse contexto, não faz sentido que as instituições associadas à ACAFE fiquem usando seus atendimentos à comunidade como argumento para pleitear uma distribuição ABSURDAMENTE desigual de RECURSOS PÚBLICOS. 

Ainda que fosse verdade que os atendimentos por elas prestados superassem em muito àqueles feitos pelas universidades particulares, não passaria de uma OBRIGAÇÃO, visto que 90% dos recursos do UNIEDU são repassados a elas para que ofereçam contrapartidas à sociedade. Só em 2022, foram mais de 358 milhões de reais destinados à associação. Enquanto isso, com apenas 10% dos recursos, as universidades particulares têm se mostrado fundamentais em muitos municípios nos quais a ACAFE não chega ou seus atendimentos não são suficientes, como, por exemplo, em Tubarão, na Palhoça, em Florianópolis e em Joinville.  

Diante dos fatos, torna-se impossível não se perguntar: e se a distribuição de recursos fosse mais igualitária? Quão maior e melhor poderia ser a rede de atendimentos ofertada por TODAS as universidades? Por que querer tudo para si, podendo dividir com os amiguinhos, dona ACAFE? Ganhariam os estudantes, a sociedade e o Estado. Certo? 

*Texto retirado de postagem feita pelo Movimento Estudantil Faculdade Gratuita para TODOS.