Terror, impotência e revolta com a própria legislação penal. Acostumada a lidar com processos envolvendo assassinatos, latrocínios e estupros, a desembargadora Salete Sommariva, acabou vivenciando ela mesmo as sensações de vítimas de crimes que julga no Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC).
Integrante da 2ª Câmara Criminal do TJSC, Sommariva relatou ao Diário Catarinense os momentos de terror que ela e sua família — entre eles uma neta de três anos — passaram nas mãos de assaltantes que invadiram o seu sítio na madrugada desta segunda-feira, em Laguna, Sul de Santa Catarina. Eram 13 criminosos, sendo oito adolescentes. Todos foram capturados.
A desembargadora suspeita que o roubo esteja ligado à sua atividade profissional, mas não citou algum caso específico. Em menos de 15 dias, o local foi alvo de dois ataques.
Num tom de desabafo, defendeu a diminuição da maioridade penal para 16 anos e pretende discutir sobre meios de segurança pessoal aos desembargadores — hoje privilégio apenas do presidente, segundo a Casa Militar.
Sommariva nasceu em Lages e fez carreira como advogada em Criciúma. Está no TJSC desde 2003. É a segunda mulher a assumir como desembargadora em Santa Catarina.
Fonte: Diário Catarinense – Diogo Vargas