O Grupo de Pesquisa em Teoria Política e Direito do Cesusc realiza na próxima quinta-feira, dia 27, às 19h, o Simpósio da Obra “O sorriso de Nicolau – História de Maquiavel”, por conta dos dez anos de seu lançamento. A obra, de autoria de Maurizio Viroli, professor e pesquisador da Universidade de Princeton (EUA), consiste em uma biografia de Nicolau Maquiavel (1469 a 1527), historiador, poeta, diplomata, escritor e teatrólogoitaliano do Renascimento, a quem se atribui a criação do pensamento e da Ciência Política moderna.
O Simpósio será presidido por três comentadores: Alexandre Vieira, professor de Ciência Política, Nei Antônio Nunes, professor de Filosofia do Direito e Márcio Henrique Silva, pesquisador de iniciação científica. O evento é aberto ao público e será realizado no auditório da Faculdade.
Criado na segundo semestre de 2007, o Grupo de Pesquisa em Teoria Política e Direito tem por objetivo desenvolver estudos e pesquisas que priorizem os temas da cultura política no Brasil, o que implica abordagem permanente de temas como justiça social, participação política e avaliação de planos de governabilidade. O Grupo está composto, inicialmente, por um professor coordenador e três alunos em iniciação científica, mas mantém-se aberto a novas participações. Para fazer parte, basta ter interesse no campo da Teoria Política e do Direito, ter disponibilidade para comprometer-se com as rotinas semanais de estudos e pesquisas e entrar em contato com o coordenador do Grupo, professor Alexandre Vieira, pelo e-mail [email protected]
Saiba mais sobre o Simpósio da Obra
Confira uma entrevista com o coordenador do Grupo de Pesquisa em Teoria Política e Direito do Cesusc, professor Alexandre Vieira.
Por que a escolha da obra “O sorriso de Nicolau – História de Maquiavel”?
Alexandre Vieira: O pensamento político de Nicolau Maquiavel jamais deixou de ser estudado. Em todos os tempos e lugares, desde o século dezesseis, sempre houve quem se dedicasse a estudá-lo, combatê-lo ou imitá-lo. Uma de suas obras mais citadas, “O Príncipe”, possui inúmeras edições e em qualquer biblioteca universitária certamente encontraremos vários exemplares. Maquiavel é um autor ensinado nas grades iniciais dos cursos de graduação e, por isso, rapidamente conquista grande popularidade. Frequentemente é motivo de indagações por parte de alunos interessados em saber um pouco mais da atualidade desse personagem controverso. Maurizio Viroli, em “O Sorriso de Nicolau: História de Maquiavel”, nos auxilia nesse exercício tão importante de aproximações e distanciamentos. Mesmo que entendamos que Maquiavel escreveu para responder aos dilemas que circundavam sua própria existência, por meio da leitura da obra de Viroli somos levados a relembrar que Maquiavel procurou responder a perguntas que ainda fazemos, tais como: qual a relação entre a política e a ética? Como chegar ao bem comum? O que é a autoridade e quem deve detê-la? Qual o melhor modo de governar uma sociedade? O que significa viver em liberdade?
Como o senhor vê a importância de trazer esse debate para o meio acadêmico?
Alexandre Vieira: Debates como esse que inauguramos agora acontecem todos os dias no Cesusc, só que destituídos da formalidade e do perfil que procuramos fornecer com o Simpósio. As salas de aula, nas mais variadas disciplinas, são repletas de momentos de debate que vão muito além do que propomos. O que fizemos foi produzir alguns deslocamentos: saímos por um instante da sala de aula e mudamos de ambiente, alterando a atmosfera que privilegia o contato com novos conhecimentos. Nesse sentido, o Simpósio é uma continuidade da tarefa que realizamos cotidianamente.
Qual aprendizado os participantes do Simpósio poderão ter?
Alexandre Vieira: O evento é interdisciplinar e faço agora o convite à participação de toda a comunidade acadêmica do Cesusc. Será um bate-papo sobre um tema que bem pode interessar a alunos e alunas, professores e colaboradores não somente do curso de Direito, mas igualmente dos cursos de Psicologia, Administração e, porque não, aos alunos do Colégio Cruz e Sousa. Atualmente, as lições de Maquiavel são várias. Através dele e de seu tempo, podemos reconstruir nossas percepções sobre a constituição dos modernos sistemas jurídicos, lidar com as estratégias pré-jurídicas de consolidação do Estado Nacional e entender como a guerra pode ser justificada, bem como o que se deve ou não fazer para manter uma sociedade livre. Repito: Maquiavel foi um pensador controverso, mas que possuía uma convicção como poucos, se o que se colocava como tarefa a ser cumprida era convencer os grandes e poderosos sobre o que fazer para que uma república popular se mantivesse de pé.