Catarinenses perseguidos pela Ditadura têm seus processos julgados no Cesusc

  • Data de publicação
    20 de março de 2009
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Projeto que vem percorrendo o Brasil para reparar judicialmente as pessoas perseguidas durante a Ditadura Militar brasileira, a Caravana da Anistia promovida pelo Ministério da Justiça está em Santa Catarina. 

Na manhã desta sexta-feira (20/03), os julgamentos de 29 casos de perseguidos políticos catarinenses que requereram reparação junto à Comissão de Anistia foram julgados no Cesusc.

A Caravana da Anistia escolheu a Faculdade, como sede de sua visita a Santa Catarina, por convite de um dos membros da Comissão de Anistia, o professor Prudente José Silveira Mello, que é também Diretor Institucional do Cesusc.

Alguns números demonstram bem o trabalho realizado pela Comissão de Anistia desde sua criação, em 2001: foram 60 mil requerimentos encaminhados por cidadãos que sofreram perseguição política; destes, 38 mil já foram julgados, 13 mil indeferidos, por falta de documentos que comprovassem a perseguição, e 25 mil deferidos. Dentre os deferidos, todos recebem a declaração de anistiado e o pedido de desculpas do Estado, e 10 mil receberam reparação financeira, por terem perdido seus empregos ou impedidos de desenvolver sua profissão por conta da Ditadura.

Na página web sobre Anistia, mantida pelo Ministério da Justiça, você pode conhecer as legislações que regem os processos de Anistia.

A Caravana da Anistia encerra nesta sexta-feira, 20/03, à noite, com a apresentação da peça Henfil Já!, às 21h, no Teatro Pedro Ivo (localizado junto à sede do Governo do Estado, na rodovia SC 401). Antes disso, às 14h, haverá a inauguração de um monumento em frente à Assembléia Legislativa do Estado em homenagem ao ativista político catarinense desaparecido durante a ditadura, Paulo Stuart Wright.

FALANDO DE DITADURA – o evento na opinião de quem esteve por lá.

 

Paulo Abrão Pires Júnior, presidente da Comissão de Anistia – “A Anistia não é um processo econômico, ela é sim um processo de reconhecimento público dos erros que o Estado cometeu”.


Berenice Doni de Araújo, aluna da sétima fase do curso de Psicologia – “Eu tinha 14 anos em 1964, época da Ditadura. Lembro que na minha rua morava o Paulo Wright [perseguido político e desaparecido durante o regime militar]e eu achava estranho que aquela família vivia de portas e janelas fechadas, isolados. São registros que ficaram na minha memória e que hoje estou complementando assistindo a esse processo de anistia.”

Luiz Gustavo Silva, estudante da terceira fase do curso de Direito – “Acho importante reviver a história, fazer parte do que aconteceu há tanto tempo e influencia até hoje. É um momento histórico e é emocionante assistir a tudo isso sendo estudante de Direito”.