Em seu segundo dia, a III Jornada de Psicologia do Curso de Graduação de Formação do Psicólogo do Cesusc contou com quatro palestras e uma apresentação de Teatro Espontâneo. A platéia lotada do auditório pôde assistir, logo no início da manhã, a uma mesa com a participação da coordenadora do curso de Psicologia, professora Ivanir Barp Garcia e o professor Marco Callegaro.
“A clínica demonstra que não estamos ante uma tarefa simples quando a angústia nos mostra sua sinistra face”, ponderou a professora Ivanir.
Em seguida, a professora Andréa Pesca levou os acadêmicos à reflexão sobre Depressão no Esporte, enquanto a psicóloga Letícia Gabarra, trouxe ao debate o tema Depressão reativa e hospitalização.
“Um atleta muito ansioso, que não suporta pressão, pode vir a ter sintomas depressivos mais tarde”, explicou a professora Andrea Pesca.
Acadêmicos presentes à Jornada puderam, ao final da manhã, participar de um exercício de Teatro Espontâneo orientado pela especialista nessas dinâmicas, Carolina Fava. Nesta quarta-feira (dia 15) o evento chega ao fim com a realização de mais palestras que, assim como todo o evento, são abertas à comunidade.
Saiba mais
O tema geral escolhido para a Jornada de Psicologia deste ano é “Angústia e Depressão”. A organização do evento coube à Coordenação do curso de Psicologia e à direção do Centro Acadêmico de Psicologia. Entenda melhor o tema da Jornada no texto de divulgação preparado pela comissão organizadora:
“O tema de nossa III Jornada de Psicologia do Curso de Graduação de Formação do Psicólogo do Cesusc busca trazer ao debate acadêmico uma experiência que, antes de mais nada, é do terreno do senso comum. Depressão e angústia são experiências que os seres humanos vivenciam em sua existência. Viver a vida implica que em algum momento, muitas vezes inesperado, a experiência do estado do ser e do afeto, que não engana, se imponha aos humanos. A depressão, como um estado do ser, e a angústia, como o afeto que não engana (como formula a psicanálise freudiana), são experiências ordinárias, sofridas, acachapantes, que testemunham a vida que é vivida em seu (in)sustentável viver. É por isso que depressão e angústia são antes do terreno do senso comum do que da ciência e da academia. O saber no senso comum antecipa-se, por força da experiência, ao saber científico.
O tempo atual que nos assola imprimiu um desnivelamento na experiência da depressão e da angústia. A psiquiatria, apoiada à unicidade biológica, pauta-se numa terapêutica farmacologia para o tratamento dessa experiência que, passando pelo triturador científico, faz com que a depressão tenha sido alçada ao patamar de doença (conforme a OMS) e a angústia ao patamar de síndrome. Vale dizer que o crucial da síndrome de pânico está enquadrado na angústia, das relações do que quer que seja o “pane” com esse afeto nada enganoso.
Será que podemos atestar a condição de doença ao ser que sofre depressão? A ciência dos transtornos mentais entende que o ser sofre de depressão, o que lhe confere o estatuto de doença. No entanto, o que testemunha o senso comum, frequentemente, é que o ser deprime.
Será que a clínica das psicoterapias, das psicofarmacologias e das psicanálises, como testemunhas dos saberes produzidos por seus clientes, pacientes e analisantes, aludem a articulações entre depressão e angústia?
Enfim, há um mundo de “vastas emoções e pensamentos imperfeitos”, como intitula um de seus livros nosso singular literato Rubem Fonseca. E nesse mundo que é a vida, depressão e angústia nos convocam a uma abertura para o saber.
Que nossa III Jornada de Psicologia propicie momentos frutuosos no campo do saber. “
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