A III Jornada de Psicologia do Curso de Graduação de Formação do Psicólogo do Cesusc teve início nesta segunda-feira (13/10) pela manhã. A cerimônia de abertura foi presidida pelo Diretor Geral da Faculdade, Claudio Marlus Skora, a coordenadora do curso de Psicologia, Ivanir Barp Garcia, e um dos dirigentes do Centro Acadêmico de Psicologia (CAPSI), Alexandre Martins.
Para o professor Claudio Skora, é importante relembrar que o curso de Psicologia obteve muitas conquistas nos três anos que se passaram desde sua criação. “São poucos os cursos superiores que, em tão pouco tempo, atingem essa maturidade de produção científica e temas de discussão. Esses resultados são frutos do esforço da coordenação e dos acadêmicos dessa graduação”, disse o Diretor Geral da Faculdade.
O tema geral escolhido para a Jornada de Psicologia deste ano é “Angústia e Depressão”. Segundo a coordenadora do Curso, esse é um assunto que faz parte do dia-a-dia da população, daí a importância de discutí-lo. “Vamos trazer ao debate acadêmico um tema que, antes de mais nada, é do senso comum: a depressão e a angústia. A experiência do senso comum se antecipa à ciência. Será que podemos atestar o status de doença à depressão?”, questionou a professora Ivanir Barp Garcia.
Para o dirigente do CAPSI, Alexandre Martins, a Jornada é um momento único de troca de conhecimentos. “Buscamos formação de qualidade e ela passa pelo processo de uma articulação com a coordenação do curso na preparação de eventos como esse”.
A palestra de abertura, discutindo o tema principal do evento, foi ministrada, em seguida à cerimônia de abertura, pelo psicanalista argentino Dr. Edgardo Feinsilber. Para a platéia lotada do auditório da Faculdade, o Dr. Feinsilber abordou a angústia e a depressão explicando conceitos contidos nas obras de Freud e Lacan. “Angústia é o sentimento que não engana; não se inventa a angústia, pode-se inventar as causas da angústia”, ponderou.
Logo após a palestra do Dr. Feinsilber, foi lançada a primeira edição da Revista de Psicologia do Cesusc, publicação acadêmica que traz uma série de artigos de renomados especialistas nessa área de atuação, sendo grande parte deles professores da graduação do Cesusc. Segundo o editor da Revista, professor Alexandre Vieira, o Cesusc demonstrou valorização do campo da Psicologia ao lançar essa publicação. “Ela abre espaço para um diálogo de produção plural e demonstra reconhecimento e valorização da Instituição ao curso de Psicologia”, diz.
A coordenadora do Curso, professora Ivanir, destacou que no futuro os estudantes poderão contribuir para a Revista. “Espero que essa iniciativa se multiplique em novas edições e que, no futuro, possa contar com a participação dos nossos alunos”, concluiu. A Revista de Psicologia pode ser adquirida na Livraria Criativa, localizada na área de convivência do Cesusc, junto às cantinas.
Nos próximos dois dias, a Jornada transcorrerá com o debate de temas correlatos à primeira conferência. Nesta terça-feira (dia 14), os trabalhos serão abertos às 8h30, com a mesa Modelos Bioquímicos da Depressão, seguida pelo debate Trilhamentos da Angústia. A partir das 10h, serão discutidas Depressão no Esporte e Depressão Reativa e Hospitalização. Às 10h45 é a vez do Teatro Espontâneo. As mesas serão compostas por professores do curso de Psicologia.
Entenda melhor o tema da Jornada no texto de divulgação preparado pela comissão organizadora:
“O tema de nossa III Jornada de Psicologia do Curso de Graduação de Formação do Psicólogo do Cesusc busca trazer ao debate acadêmico uma experiência que, antes de mais nada, é do terreno do senso comum. Depressão e angústia são experiências que os seres humanos vivenciam em sua existência. Viver a vida implica que em algum momento, muitas vezes inesperado, a experiência do estado do ser e do afeto, que não engana, se imponha aos humanos. A depressão, como um estado do ser, e a angústia, como o afeto que não engana (como formula a psicanálise freudiana), são experiências ordinárias, sofridas, acachapantes, que testemunham a vida que é vivida em seu (in)sustentável viver. É por isso que depressão e angústia são antes do terreno do senso comum do que da ciência e da academia. O saber no senso comum antecipa-se, por força da experiência, ao saber científico.
O tempo atual que nos assola imprimiu um desnivelamento na experiência da depressão e da angústia. A psiquiatria, apoiada à unicidade biológica, pauta-se numa terapêutica farmacologia para o tratamento dessa experiência que, passando pelo triturador científico, faz com que a depressão tenha sido alçada ao patamar de doença (conforme a OMS) e a angústia ao patamar de síndrome. Vale dizer que o crucial da síndrome de pânico está enquadrado na angústia, das relações do que quer que seja o “pane” com esse afeto nada enganoso.
Será que podemos atestar a condição de doença ao ser que sofre depressão? A ciência dos transtornos mentais entende que o ser sofre de depressão, o que lhe confere o estatuto de doença. No entanto, o que testemunha o senso comum, frequentemente, é que o ser deprime.
Será que a clínica das psicoterapias, das psicofarmacologias e das psicanálises, como testemunhas dos saberes produzidos por seus clientes, pacientes e analisantes, aludem a articulações entre depressão e angústia?
Enfim, há um mundo de “vastas emoções e pensamentos imperfeitos”, como intitula um de seus livros nosso singular literato Rubem Fonseca. E nesse mundo que é a vida, depressão e angústia nos convocam a uma abertura para o saber.
Que nossa III Jornada de Psicologia propicie momentos frutuosos no campo do saber. “
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