Alunos do Cesusc são notícia no jornal da Faculdade

  • Data de publicação
    6 de junho de 2008
  • Discussão
    Nenhum comentário

Todo mundo tem uma boa história para contar: seja um momento inesquecível pelo qual passou, seja toda uma rica trajetória de vida. Pensando nisso, o Cesusc divulga em seu jornal mensal, o “Intervalo”, algumas reportagens protagonizadas pelos alunos. São notícias que, ao mesmo tempo em que contam fatos pouco relacionados ao campus, têm tudo a ver com a Faculdade, pois falam sobre quem é personagem principal do Cesusc: seus acadêmicos. E para resgatar e valorizar ainda mais essas histórias que merecem ser lembradas, divulgamos hoje uma retrospectiva delas em nosso site. Confira e se tiver sugestões para o jornal “Intervalo”, escreva para [email protected]!

 

Alexandre Gouveia Martins, aluno de Psicologia [notícia divulgada na edição de maio de 2007]

Alexandre Gouveia Martins não é político, mas já não estranha tanto ter que viajar a Brasília convidado pelo Governo Federal. Aluno do curso de Psicologia do Cesusc, ele acaba de ser reconduzido para um mandato de dois anos no cargo de Secretário Geral da Comissão Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Síndrome da Imunodeficiência (CNAIDS), órgão consultivo do Programa Nacional de AIDS do Ministério da Saúde (www.aids.gov.br), que define as políticas gerais da AIDS no Brasil. “A CNAIDS existe há vinte anos e tem uma composição mista, sendo formada por representantes de setores governamentais e dos movimentos sociais”.

Alexandre é, há seis anos, o primeiro secretário civil a ocupar esse posto. “É uma posição política importante porque dentro da CNAIDS eu sempre acabo conduzindo a reunião, como membro titular representando a região Sul, indicado pelo Movimento Social e reconduzido ao cargo”.

Entre os trabalhos recentes da CNAIDS, o estudante destaca os debates realizados acerca do processo de licenciamento compulsório para produção no Brasil do Efravirenz, que faz parte da cesta de medicamentos contra a Aids do Ministério da Saúde. “Antes de tomar a decisão final, o ministro pede nosso parecer.” Outro bom exemplo do trabalho que realizam é a participação no preparo das campanhas públicas contra a AIDS, feita pelo Ministério da Saúde. A CNAIDS analisa desde o briefing da campanha até o produto final (como cartazes, folhetos e spots).

A vontade de participar de uma causa pelo bem social vem desde os tempos de colégio, quando Alexandre participou da reorganização do movimento estudantil do Instituto Estadual de Educação, anos depois de extinto o regime militar. “Nessa época, fui também diretor da União Florianopolitana dos Estudantes Secundaristas e da União Catarinense dos Estudantes Secundaristas. Entrei na luta contra a AIDS quando a doença começava a fazer vítimas e a tornar-se mais conhecida no país. Perdi amigos muito jovens”. Hoje, Alexandre é uma das lideranças do Instituto Arco-Íris, entidade de Florianópolis que desenvolve trabalho de prevenção à AIDS entre a população.

Alexandre acredita que a experiência adquirida na CNAIDS pode auxiliar no exercício da profissão de psicólogo. “Utilizo em Brasília todos os conhecimentos adquiridos no curso, e todo o conhecimento acumulado nos debates de lá contribuem para o meu rendimento acadêmico, porque estou aprendendo sobre a questão biológica e psicológica, o comportamento e a subjetividade humana”.

Conta ainda que a Faculdade tem apoiado sua participação no CNAIDS. “O fato de eu estar estudando no Cesusc contribuiu para que eu pudesse exercer o cargo pelo fato do Cesusc ter uma filosofia de Ciências Sociais. Então, semana que vem preciso faltar às aulas, para ir a Brasília participar de uma atividade social. E a faculdade apóia essa atividade”. Mais informações sobre o trabalho do Instituto Arco-Íris em sua sede na Travessa Osmar Regueiro, nº 56, no Centro.

 

Pedro Walter Tang, bacharel em Direito pelo Cesusc [notícia divulgada na edição de agosto de 2007]

Os estudantes do curso de Direito podem concorrer a uma oportunidade de estágios oferecida pelo Governo Federal. Realizado há oito anos, o Programa de Intercâmbio do Departamento de Proteção e Defesa Econômica (DPDE) – da Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça – tem por objetivo proporcionar a estudantes de Direito e Economia uma experiência com a teoria e a prática da defesa da concorrência.

O aluno da décima fase do curso de Direito do Cesusc, Pedro Walter Tang, foi um dos participantes do programa neste mês de julho. Segundo ele, o processo seletivo é concorrido, mas com um pouco de dedicação aos procedimentos burocráticos pertinentes à candidatura foi possível ser aprovado. “Contei bastante com a ajuda do professor do Cesusc, Marcos Andrey de Sousa, que é orientador do meu TCC e do Procurador da República, Carlos Augusto de Amorin Dutra, com quem faço estágio”.

Pedro foi admitido, assim como acadêmicos de Direito e Economia de instituições de todo o país, para estagiar no DPDE, analisando processos de atos de concentração de empresas e condutas anti-concorrencais. “Entre os casos que mais me chamaram a atenção, estavam os atos de concentração entre a Playboy e a Globosat e entre a Ultragaz e Utingas, além do cartel dos postos de gasolina de Saquarema. Pude ajudar a analisá-los durante o trâmite que tiveram pelo DPDE”.

Agora, de volta a Florianópolis, Pedro prepara seu trabalho de conclusão de curso usando um pouco dos conhecimentos adquiridos em Brasília. Ele está pesquisando a questão do cartel dos postos de gasolina da Capital. Durante o estágio, pôde também escrever dois artigos sobre o Direito da Concorrência no Mercosul, que acabam de ser aprovados para serem apresentados na Conferência Latino-Americana de Direito e Relações Internacionais (COLADRI). Para conferir o TCC dele e de outros colegas, acompanhe as defesas de monografia no final deste ano. Para saber mais sobre os programas de intercâmbio oferecidos pelo DPDE duas vezes por ano acesso o site http://www.mj.gov.br/SDE/dpde/intercambio.htm.

 

Ísis Petrusinas, bacharel em Direito pelo Cesusc [notícia divulgada na edição de agosto de 2007]

Ela acaba de se bacharelar em Direito no Cesusc e está perto de obter uma colocação entre as melhores atletas do Campeonato de Surfe Universitário, que está sendo realizado pela Associação Catarinense de Surfe Universitário. Ísis Petrusinas é paulista, mas veio morar em Florianópolis por amor ao surfe. A prática do esporte auxiliou sua vida acadêmica e, agora, profissional. “Relaciono muito o esporte à minha profissão. O profissional do Direito tem que ter curiosidade e saber interagir com as leis, assim como o surfista tem que ter curiosidade e saber interagir com o mar”. Ela e outros nove atletas estão representando o Cesusc na disputa. Isso, sem contar os colegas que participam das provas voltadas para a torcida organizada. A próxima etapa do Campeonato está marcada para os dias 13 e 14 de outubro, na praia Brava de Itajaí.

 

Alunos do Instituto Português de Administração e Marketing que realizaram intercâmbio de um semestre no Cesusc [notícia divulgada na edição de agosto de 2007]

 

 

Entrar em contato com uma cultura diferente foi o motivo para um grupo de oito estudantes do Instituto Português de Administração e Marketing virem estudar por um semestre no curso de Administração do Cesusc. E foi exatamente isso que encontraram aqui: aulas ministradas de forma menos formal, um idioma que, além de ter o mesmo nome, torna-se quase único pelo sotaque e, principalmente, colegas animados e hospitaleiros. O resumo de toda essa vivência parece estar na expressão que eles repetem, quase juntos, para explicar como está sendo a convivência com os colegas de aula: “5 estrelas!”.

Contam também que além da curiosidade, houve outros motivos para virem ao Brasil . “Estudamos Marketing e, no Brasil, o Marketing é muito forte”, conta Bruno Rocha.

De Florianópolis, alguns deles irão passear pelo país, outros voltarão direto para casa, todos levando na bagagem uma experiência com sotaque manezinho. O mesmo sotaque que poderão encontrar na volta ao IPAM, onde alunos do Cesusc também estão realizando intercâmbio. Informações sobre as opções de intercâmbio disponíveis para os alunos da Faculdade, encontram-se no setor de Extensão.

 

Paulo Roberto Pontes Duarte, bacharel em Direito pelo Cesusc [ notícia divulgada na edição de agosto de 2007]

 

O advogado Paulo Roberto Pontes Duarte foi aluno da primeira turma de Direito do Cesusc, ainda quando este funcionava na Escola Sul da CUT, em Ponta das Canas. Paulo trabalhava na recepção do Hotel da Escola Sul e, quando assistiu a toda a movimentação em torno da criação de um curso de Direito que funcionaria ali, percebeu que tinha encontrado um caminho profissional a seguir. “Considero-me parte do projeto do Cesusc. Sempre participei do CA, fui líder de turma e procurava ser participativo em eventos como os Colóquios até para contribuir para o crescimento da Instituição”.

Depois de entrar na Faculdade, Paulo conta que teve certeza de ter feito a escolha certa. “Sou apaixonado pelo que faço”. Mas a trajetória até a graduação não foi fácil. Ele começou a trilhar esse caminho desde que deixou Pelotas, no Rio Grande do Sul, para um destino incerto em Florianópolis somente com uma mochila nas costas. Ao chegar na cidade, foi morar em uma pensão e, algum tempo depois, estava empregado no Hotel da Escola Sul. “A experiência no setor hoteleiro me ajuda bastante hoje, como advogado, porque tenho facilidade em lidar com os diferentes públicos que atendo”.

Em 2000, depois de treze anos sem estudar, Paulo pleiteou uma bolsa de estudos no recém-criado curso de Direito do Cesusc e foi contemplado. Trabalhou no Hotel até a quarta fase, quando decidiu deixar o emprego para procurar um estágio em sua área de estudos. Simultaneamente, Paulo participou como voluntário do Projeto Jovem Aprendiz, mantido pela Prefeitura Municipal de Florianópolis e pelo Governo Federal. Foi professor, por dois anos, de adolescentes com idades entre 14 e 16 anos.

Ajudando tantos jovens a se prepararem melhor para o futuro, Paulo soube logo o que queria fazer depois de se formar. “Minha meta é ser Promotor. Sei que é um grande desafio, há quem faça esse concurso mais de dez vezes, porém acredito que o importante é ter persistência e preparo.” Por enquanto, ele estuda para manter-se sempre atualizado e toca um escritório de advocacia que atende causas cíveis, trabalhistas, de família, usucapião, previdenciárias e do consumidor. Com apenas três meses de funcionamento, o escritório já está cativando clientes no Norte da Ilha.

Há poucos meses, ficou gratificado ao reencontrar no Cesusc um dos jovens que preparou quando participava do Projeto Jovem Aprendiz. “Ver o Djavan [Djavan Silveira Martinha é funcionário do Setor de Serviços Gerais da Faculdade] trabalhando no Cesusc foi uma felicidade. E ainda melhor foi saber que ele quer cursar uma graduação aqui”. O caminho das pedras Paulo já ensinou.

 

Jorge Rosa, aluno do curso de Direito [notícia divulgada na edição de dezembro de 2007]

Está no dicionário Aurélio: poesia é aquilo que desperta o sentimento do belo. É justamente isso que Jorge Rosa, aluno da quinta fase do curso de Direito do Cesusc, busca para criar seus poemas. “Eu sempre procuro escrever as características das pessoas. Olho e vejo o que têm de melhor para mim. Vou fazendo rimas”, conta.
Poder cursar o ensino superior motivou Jorge a escrever um poema em homenagem à bolsa do Artigo 170, benefício concedido pelo Governo do Estado para estudantes carentes, como Jorge, que cursam a primeira graduação em instituições particulares de ensino. Ele mostrou os versos na Tesouraria do Cesusc, que enviou para a Ampesc, Associação responsável pela coordenação da bolsa, de onde foram encaminhados a deputados estaduais e ao governador. “Usaram meu poema como forma de mostrar que têm que dar apoio aos estudantes carentes”.

Apoio que, para Jorge, fez toda a diferença. Ele trabalha com Serviços Gerais em um estacionamento do Centro da cidade. Mora em Palhoça e viaja todos os dias por mais de uma hora para chegar ao trabalho às 7h30. Fica por lá, até o início da tarde, e às 15h já está no Cesusc. Voltar para casa, não valeria a pena, por causa da distância. As horas de espera e leitura na Biblioteca acabam se transformando em oportunidade de preparar-se para atingir um objetivo: o de ocupar um cargo e poder ajudar a resolver muitas das injustiças que vê no mundo. “Quero ser juiz. É um sonho distante, mas tenho que pensar grande”.

SEM INJUSTIÇA ART. 170
Por Jorge Rosa

Os estudos estavam difíceis
Triste crise financeira
Faculdade comoveu-se
Resolveu ser minha parceira
Encaminhou-me ao belo Artigo
O Artigo Cento e Setenta
Que não suporta injustiças
E os pobres representa
Representa com muito amor
deixando-os emocionados.
São estudantes carentes
Que passam por maus bocados.
Entretanto, tornam-se fortes
Graças ao Artigo Cento e Setenta
Que zela pela Educação
Injustiça não agüenta.

 

Fátima Cilene de Souza, bacharel em Direito pelo Cesusc [notícia divulgada na edição de dezembro de 2007]

Ela viajou de Genebra, na Suíça, para Florianópolis especialmente para coordenar o II Curso Anual de Direitos Humanos (CADH), que o Instituto de Desenvolvimento e Direitos Humanos (IDDH) realizou no Cesusc entre os dias 6 e 8 de novembro. Essa não foi a primeira vez que a viagem de Fátima Cilene de Souza (na foto, a primeira da direita para a esquerda) teve o campus do Cesusc como destino final.

Em 2000, ela mudou-se da Suíça para o Brasil, depois de viver em Genebra por mais de doze anos, para cursar o então recém-lançado curso de Direito da Faculdade. “Estava morando na Suíça desde os dezoito anos e me senti afastada da minha cultura. Estava à procura de um projeto no Brasil para voltar”.

Fátima morava no Rio de Janeiro e viajara para Suíça, pois tinha curiosidade pelo país. Lá, trabalhou por anos com refugiados advindos de países falantes de língua portuguesa. “Em 97 conheci um profissional orientando do professor Edmundo [Edmundo Lima de Arruda Junior, presidente honorífico do Cesusc], que falou sobre o movimento do Direito Alternativo”.

Ao saber da abertura de um curso de Direito que abordaria também essa linha de estudos, Fátima percebeu que tinha encontrado seu projeto para voltar ao Brasil. “Gostei muito de ter sido da primeira turma do curso, pelo fato de ter ajudado a construir o Cesusc e ter convivido com um corpo docente fantástico.”

Foi na disciplina de Direitos Humanos do Cesusc que conheceu a professora Fernanda Lapa, com quem hoje divide a coordenação do IDDH. Depois de formada, voltou com a família para a Suíça e atualmente é representante do IDDH no exterior, além de trabalhar na ONG Wise, que mantém projetos de combate ao subdesenvolvimento em diversos países.

 

Conrado Laurindo, aluno de Administração [ notícia divulgada na edição de março de 2008]

Aos sete anos, Conrado Laurindo (na foto) entrou para a Ala das Crianças do Grêmio Recreativo Escola de Samba Consulado (GRES Consulado) de Florianópolis. Motivado pelo contato desde cedo com a alegria do carnaval e do samba, aos nove anos ele pediu para o pai e ganhou de presente um violão. Uma semana depois, cansou das aulas de violão e pediu para o pai um cavaquinho, mas não ganhou. Nem por isso desistiu da vontade: vendeu o violão para o avô, comprou um cavaquinho e foi ter aulas com o Mestre Leonel Januário, compositor de cerca de dez sambas enredo da escola de samba, também da Capital, Copa Lorde.

Passados dez anos, esse episódio ainda reflete muito da vida de Conrado. Desde cedo exercitando a habilidade de negociador e a vocação para a música, atualmente ele cursa a segunda fase de Administração do Cesusc, integra o grupo de compositores de samba enredo do GRES Consulado, é membro fundador do grupo “FascinaSamba” e compõe sambas para diversos blocos de Carnaval.

O “FascinaSamba” veio primeiro. Conrado, aos 16 anos, reuniu alguns amigos e começaram as apresentações. Ele já sabia cavaco, batuque e tamborim. Passou também a compor. No ano seguinte, candidatou-se a uma vaga no grupo de compositores do GRES Consulado. A seleção é difícil: os candidatos precisam apresentar duas músicas próprias para serem avaliados por todos os demais membros do grupo de compositores. Conrado passou.
Em 2007, Conrado e os parceiros William Tadeu e Gustavo Real compuseram o samba “Vinte Luas de Esperança, Vinte Luas de Saudade… Das Matas da Babitonga ao Velho Mundo!”, escolhido para levar a Consulado à avenida e que deu a ela o tricampeonato.

Conrado diz que ver o samba entrar na avenida é uma grande realização. “Quando componho imagino versos e melodia que caiam na boca do povo, que façam o pessoal levantar. Ver a escola ser tricampeã com o meu samba foi muita emoção”.

Futuramente quer ter um estúdio musical, além de pretender um dia fazer parte da diretoria da GRES Consulado. Deseja ainda terminar o curso de Administração, ir para o Rio de Janeiro estudar Gestão de Carnaval e voltar a Florianópolis para cursar graduação em Música. “Planejava trancar o curso de Administração para ir para o Rio de Janeiro, mas como estou gostando do Cesusc decidi concluir aqui primeiro”.

Torcedor do Avaí, do Vasco e do Grêmio, fã das escolas de samba Mangueira (Rio de Janeiro), e Vai Vai (São Paulo), Conrado tem muito por quem torcer, vibrar e chorar, mas a grande paixão está mesmo na GRES Consulado e na namorada Joyce, para quem ele aproveita a entrevista para mandar um beijo. “Para compor músicas, você tem que ter sentimento, técnica e musicalidade. Para compor samba enredo, tem que ter muita pesquisa e coerência com o tema”, conta.