VIII Jornada de Psicologia do Cesusc faz análise da mídia, política e movimentos

  • Data de publicação
    29 de agosto de 2013
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Nos dias 26, 27 e 28 de agosto, o Curso de Psicologia da Faculdade Cesusc realizou a VIII Jornada de Psicologia. O evento contou com mesas de discussão, palestras e debates relacionando as manifestações que levaram a população brasileira às ruas com aspectos da psicologia, comunicação e sociedade.

No primeiro dia, discutiu-se a importância de se reconhecerem as conquistas no campo da democracia e liberdade de expressão. Os abusos cometidos no passado não devem cair no esquecimento. Pelo contrário, devem servir de exemplo para que situações similares não voltem a ocorrer.

Assunto presente em todas as mesas de discussão, a influência da internet foi discutida e observada, principalmente em fenômenos como a articulação dos movimentos sociais e na própria maneira de se fazer política.

Para o Professor do Direito, Sandro Sell, a principal diferença observada nas manifestações desse ano, em comparação a movimentos anteriores, é a dificuldade de se reconhecer um líder. Segundo ele, as pessoas não foram às ruas motivadas por uma reivindicação específica, e sim para sinalizar sua insatisfação com a política, saúde, educação entre outros temas.

No segundo dia, assuntos como o grafite, as ações do Movimento Passe Livre e da ONG Greenpeace foram discutidos a partir da necessidade de se revisitar o conceito de política, em especial pelo fato de a sociedade contemporânea apresentar uma multiplicidade de grupos de resistência, tanto em suas formas como em seus objetivos.

José de Araújo Filho, professor de Psicologia, destaca as diferenças dos coletivos que apareceram ao longo dos dias de manifestações. “Trouxeram uma novidade para as movimentações sociais em relação ao tipo de organizações que tínhamos até então. Sua lógica não é a perpetuação do poder, eles nem mesmo querem tomar o poder para eles. Lutam por reformulações na maneira de se fazer política”.

No terceiro dia de evento, a primeira mesa de discussão articulou estética, arte e política, revelando a importante relação que se objetiva com o Movimento Zapatista, no México. Além dessa relação, foram abordadas as diferentes formas de violência ideológica que vivemos cotidianamente.

O papel da mídia foi amplamente discutido no debate seguinte, com reflexões sobre a maneira como as comunicações se relacionam com o Estado e as grandes instituições privadas, a fim de manter princípios questionáveis como “ordem” e “civilidade”, principalmente na cobertura de episódios como as depredações no Rio de Janeiro. Ao invés de entender as resistências como um direito da democracia, a mídia percebe as manifestações como uma disfunção, uma desordem na sociedade, e passa a criminalizar os insatisfeitos.