Nesta sexta-feira, dia 14 de junho, as 19h, acontece mais uma sessão da Mostra Cinema pela Verdade em Florianópolis. Desta vez será exibido na Universidade Estadual de Santa Catarina o documentário Eu Me Lembro, do diretor Luiz Fernando Lobo. O filme acompanha durante cinco anos as Caravanas da Anistia e reconstrói a luta dos perseguidos políticos por reparação e justiça. Esta é a sexta sessão realizada pela mostra na capital catarinense. Até agosto serão realizadas outras exibições de filmes com esta temática. A Mostra Cinema pela Verdade teve início em maio e acontece até agosto simultaneamente em universidades dos 27 estados da federação.
Em sua segunda edição, esta mostra foi criada com o objetivo de promover exibições de filmes seguidas de debates sobre o período da Ditadura Civil-Militar e seus desdobramentos, bem como a relação com as ditaduras contemporâneas do Cone Sul. Realizada pelo Instituto Cultura em Movimento (ICEM), em parceria com o Ministério da Justiça, a Mostra Cinema pela Verdade foi contemplada pelo edital “Marcas da Memória”, da Comissão de Anistia, que visa à promoção de eventos e projetos com foco neste período marcante da história brasileira.
O ponto de partida foi um encontro, durante a primeira semana de maio, no Rio de Janeiro, entre os “agentes mobilizadores” – 27 universitários de diferentes áreas, que foram capacitados para serem os produtores locais em suas respectivas cidades. Em Florianópolis, o agente mobilizador é o estudante de jornalismo da UFSC, Giuliano Bianco, de 21 anos.
Este ano, foram selecionados para a mostra dois documentários sobre a ditadura no Brasil e dois filmes de ficção sobre o período da ditadura na Argentina e no Chile. Entre as produções brasileiras estão Eu Me Lembro, de Luiz Fernando Lobo, e Marighella, de Isa Grinspum Ferraz. Já a ficção Infância Clandestina, de Benjamín Ávila, é uma coprodução Brasil-Argentina, e No, de Pablo Larraín, faz um recorte sobre a ditadura chilena.
“O projeto Cinema pela Verdade cria um ambiente de mobilização em todo o país. Especialmente junto à juventude, em favor da memória, em favor da construção da verdade para que o país possa, finalmente, passar a limpo a sua história e possa enfrentar os seus erros de frente, para que eles não se repitam mais. E, ao mesmo tempo, possa gerar consciência crítica na juventude para que ela assuma para si um legado de resistência, de lutas e de conquistas dos nossos direitos”, ressalta o presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão.
A vice-presidente do ICEM, Luciana Boal complementa: “Por vivermos em um país em que 92% dos municípios não possuem salas de cinema, nós do ICEM acreditamos que projetos como o Cinema pela Verdade são fundamentais para dar mais acesso à produção nacional. E ter as universidades como palco dessas sessões é investir na formação de um público crítico e articulado. Nada melhor do que trabalhar com os próprios universitários para estimular o contato com o cinema nacional e para que possam compreender localmente como é possível produzir um festival, além de formarem uma rede de agentes culturais”.