Presidente do Cesusc participa do julgamento de Anistia de Carlos Marighella

  • Data de publicação
    5 de dezembro de 2011
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Entre os dias 5 e 6 de dezembro, ocorre a 53ª Caravana da Anistia do Ministério da Justiça, em Salvador (BA). A Caravana julgará 16 processos de Anistia, bem como o processo do militante e ex-perseguido político Carlos Marighella.

Nesta segunda-feira (5), o Teatro Vila Velha será palco do exame do processo de Anistia do ex-militante e seu centenário. Na ocasião, será lançado o Pró Memorial Marighella Vive, que reúne acervo sobre o ex-perseguido político.
Participam como convidados dessa solenidade os vice-presidentes da Comissão de Anistia e Egmar de Oliveira, Sueli Bellato; o governador da Bahia, Jacques Wagner, o secretário-executivo da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Ramaís de Castro; o secretario da Cultura da Bahia, Albino Rubim e o presidente do Grupo Tortura Nunca Mais – Bahia, Joviniano Soares de Carvalho Neto, bem como o Presidente do Cesusc, Prudente José Silveira Mello, além de Clara Charf e Carlos Augusto Marighella, viúva e filho de Marighella.

Amanhã (6), no Conselho Estadual de Cultura da Bahia, serão julgados 16 processos. São 15 baianos e o ex-perseguido político paulista Mario Barbate, que doará documentos sobre Carlos Marighella ao Pró Memorial.

Sobre Carlos Marighella
Filho de imigrantes italianos, Marighella lutou pela inclusão dos direitos econômicos das classes populares. Ele sonhava com um Brasil livre da submissão ao capital estrangeiro. Sua primeira prisão foi em 1932, após escrever um poema contendo críticas ao interventor Juracy Magalhães. Libertado, continuou na militância política no Rio de Janeiro. Em 1° de maio de 1936, Marighella foi novamente preso e enfrentou, durante 23 dias, torturas. Permaneceu encarcerado por um ano.

Já em São Paulo, Marighella trabalhou na reorganização dos revolucionários comunistas e combateu a ditadura de Getúlio Vargas. Em 1939, foi preso novamente, sendo mais uma vez torturado na Delegacia de Ordem Política e Social (DOPS) de São Paulo.

Nos presídios de Fernando de Noronha e Ilha Grande pelos seis anos seguintes, dirigiu sua energia revolucionária ao trabalho de educação cultural e política dos companheiros de cadeia.
Participou do processo de redemocratização do país e da reorganização do Partido Comunista depois que foi anistiado em abril de 1945. Foi eleito deputado federal constituinte pelo estado da Bahia. Em 1948, foi obrigado a retornar à clandestinidade condição em que permaneceria por mais de duas décadas, até seu assassinato.

Nos anos 1950, voltou a exercer novamente a militância em São Paulo e tomou parte nas lutas populares do período. Após o golpe militar de 1964, Marighella foi localizado por agentes do DOPS carioca, em 9 de maio num cinema do bairro da Tijuca. Enfrentou os policiais que o cercavam com socos e gritos de “Abaixo a ditadura militar fascista” e “Viva a democracia”, recebendo um tiro a queima-roupa no peito. O episódio está descrito no livro “Por que resisti à prisão”.

Desse momento em diante, intensificou o combate à ditadura. Em dezembro de 1966, em carta à Comissão Executiva do PCB, solicitou o desligamento da mesma. Fundou a Ação Libertadora Nacional para enfrentar a ditadura.
Marighella passou a ser apontado como inimigo público do Estado, transformando-se em alvo da polícia política. Na noite de 4 de novembro de 1969, foi surpreendido por uma emboscada na alameda Casa Branca, na capital paulista, quando foi assassinado por agentes do DOPS.